O Verão está à porta e as férias também. Para quem tem dúvidas acerca de fazer um inter-rail, de certeza que não as terá depois de ler este resumo do inter-rail que, eu, o Angelo, o Lopes, o Marques e o Pedro fizémos o ano passado. Acreditem que vale bem a pena...
1º dia (03AGO06) - saímos de Lisboa às 4 da tarde em direcção a Hendaye (entre Espanha e França) numa viagem que demorou cerca de 14 horas. O ambiente no comboio era espectacular e tal como nós, havia muitos(as) de mochila às costas e cheios de vontade para descobrir a Europa.
2º dia (04AGO06) - Em Hendaye tivemos o primeiro contacto com os preços inflacionados de uma Europa com bons rendimentos…o dinheiro que pagámos pela água dava para comprar um depósito… Ainda tivemos uma viagem de 6 horas de TGV até Paris, onde passámos o dia a conhecer a cidade (Sacre-Coeur, Torre Eiffel, Rio Sena, Palácios, Campos Elísios, Museu e Pirâmide do Louvre). A noite foi passada na La Scala, uma disco, ao lado do Louvre, onde tememos não entrar devido ao nosso aspecto muito turístico. Depois de uns minutos lá dentro, reparámos que não estávamos fora do contexto, tal era a mistura de gentes que depois apareceu.
3º dia (05AGO06) - Chegados a Amesterdão, deparámo-nos com uma quantidade abismal de pessoas em redor da estação, em parte devido a um festival de rock que estava a decorrer na cidade Já à noite, iniciamos a visita pelas montras do Red Light District, muito interessantes que apresentavam “senhoras” empenhadas em mostrar-se e vender o seu produto (em privado). À entrada do quarteirão o cheiro a “ganza” era tal que se sobrepunha ao ar respirável. Acabámos a noite no Clube JV, onde reinava a boa disposição e um bom ambiente com muita gaja loura e de olhos azuis.
4º dia (06AGO06) – Voltámos à pousada pela manhã e após um pequeno-almoço à "grande e à holandesa", despedimo-nos da Europa Central e dirigimo-nos para o Leste, que era o nosso objectivo. A partir daqui, estávamos ainda mais por nossa conta, dado que íamos para países onde o inglês não é uma língua fluente. No total, foram 20, as horas de viagem e centenas, os km de linha, atravessando a Alemanha e grande parte da Polónia, até chegarmos a Cracóvia.
5º e 6º dia (07/08AGO06) - Cracóvia, uma das melhoras cidades onde estivemos. Visitámos os campos de concentração de Auschwitz (I e Birkenau), o terrível destino de milhões de pessoas. Mas como nem tudo são tristezas, tivemos um jantar à altura dos deuses, no Rooster. Foi o achado do século: para além de se comer muito bem, fomos servidos por polacas muito giras, boas, vestidas com uns shorts muito curtos, vermelhos e uns tops pretos com uns decotes a realçar as potencialidades daquelas miúdas… Como seria de esperar, recomenda-se! Acabámos a noite num bar de referência em Cracóvia, o Prozac, bem frequentado e com boa música. Na zona histórica pode-se encontrar muito comércio e todo o tipo de souvenirs para os turistas. Conhecemos mais alguns portugueses, uns que iam para Praga, assim como nós, e outros que iam para Bratislava.
7º e 8º dia (09/10AGO06) - Mais uma noite no comboio, praticamente sem dormirmos, com destino a Praga. Visitámos a Henry’s Tower, a Powder Tower, o Astronomical Clock e terminámos na Charles Bridge. Havia imensas pessoas a convergirem para a Stare Mêsto, espécie de baixa daquela cidade. Na Charles Bridge havia muitos artistas que desenhavam caricaturas e retratos. Claro que os 5 Sónicos fizeram uma caricatura em grupo que irá ser colocada no bar de alunos da Academia no nosso cantinho de finalistas. À noite, estivemos na famosa Karlovy Lázne e sem contarmos com isso, acabámos no Pussy DeLuxe... No segundo dia tivemos um almoço peculiar (à base de ração de combate que o Angelo levou) que nos deu forças para continuarmos a nossa caminhada (com o Sónic sempre a acompanhar-nos).
9º e 10º dia (11/12AGO06) - Neste dia batemos o recorde de aprontamento pela matina. Tínhamos que apanhar o comboio para Bratislava (Eslováquia), mas como os dias tinham sido difíceis, adormecemos. No final acabou por correr bem. Em Bratislava, ficámos numa residência para estudantes (foram os quartos mais baratos deste inter-rail). Na descoberta da "night" eslovaca, acabámos no Circus Barok, uma disco num barco atracado na margem esquerda do rio Danúbio, muito concorrido. No segundo dia, fomos contemplados com uma dose de azar. Para além de ter começado a chover e ficarmos limitados na mobilidade, apanhámos um eléctrico que nos levou até "cascos de rolha", já bem longe da cidade. A noite foi passada no Laverna, um bar que foi uma revelação e que a certa altura ficou apinhado de mulheres...
11º dia (13AGO06) - Relax é a palavra que define este dia; fizemos pouca coisa, mas o que fizemos foi bom. A pousada ficava na parte Buda da cidade, ou seja, na parte mais antiga e era o expoente máximo para pessoal neste tipo de viagem e foi lá que encontrámos um casal nortenho que nos recomendou os banhos públicos de Budapeste (Hungria), que são os banhos turcos mais antigos, fora da Turquia. Valeu bem a pena, passámos 3 horas a tomar banhos, primeiro na piscina geral, depois na piscina a 36º, a 38º, banho turco a 40º, a 65º e depois banho a 8º, sauna a 40º, a 65º, massagens. Foi do melhor, para descontrair! No inicio da noite e do alto de Citadel, pudemos observar o Danúbio que separa a parte Buda e a parte Peste e ainda ver vários monumentos iluminados, entre eles, o gigantesco Castle Hill. Descobrimos uma disco chamada Rio, que tinha a particularidade de ser ao ar livre. A noite estava boa e assim continuou.
12º e 13º dia (14/15AGO06) - Deixámos o Leste e rumámos para Ocidente. Antes de sairmos do país ainda nos abastecemos com muita comida, não só porque íamos estar 12 horas num comboio, mas também porque em Itália tudo era mais caro. A ideia era dormir durante a viagem até porque os assentos destas carruagens convidavam, mas tornou-se uma tarefa difícil porque os revisores e polícias chatearam-nos vezes sem fim por causa dos bilhetes e passaportes; isto porque atravessámos várias fronteiras. Por mais impressionante que possa ser, só agora tivemos o primeiro atraso, ao chegarmos a Veneza, cerca de uma hora depois do previsto. Depois de jantarmos, fomos passear e conhecer a praça de São Marcos. Veneza é uma cidade especial, os transportes são barcos que andam em centenas de canais e juntos formam um labirinto onde uma pessoa sem mapa, facilmente se vê perdido. No dia seguinte, vimos a cidade transformada, repleta de turistas que podem comprar os "souvenirs" nas muitas lojas de comércio e bancadas de rua. Ainda quisemos ver a cidade a partir dos canais, o que se revelou impraticável de gôndola, dado a quantia exorbitante que pediam e por isso, apanhámos um barco para turistas, que nos levou numa viagem pelo Grande Canal...
14º dia (16AGO06) - Tínhamos chegado a Milão no dia anterior, mas não deu para fazer nada, pois chovia muito, demasiado. Assim, neste dia, acordámos cedo e fomos conhecer a cidade. Visitámos a Piazza Del Duomo e o Duomo, atravessámos a Galeria Vitttorio Emanuele I e fomos dar ao Teatro Ala Scala. Antes de voltarmos ao hotel ainda vimos o Castello Sforzesco e a Porta Venezia. Foi uma visita rápida e de passagem, já que tínhamos o tempo à conta para voltarmos a Portugal. Restava ainda uma grande viagem de comboio até Irun (no País Basco) num total de vinte horas, mais a travessia de toda a Espanha. Grande parte da viagem até Irún foi feita pelo sul de França com passagem por Génova, San Remo, Mónaco, Nice, Cannes, entre outras. Como se pode imaginar, estas terras são espectaculares e a qualidade de vida é mais que muita.
15º dia (17AGO06) - Chegados a Irun às 11 da manhã, tivemos que esperar meio dia pelo Sud-Expresso para Portugal que só partia às dez da noite. Assim sendo e como Irun não era uma cidade com interesse, decidimos passar o dia em San Sebastian, onde pelo menos há boas praias, logo espanholas a apanhar sol...enquanto que o Angelo, o Pedro e o Marques foram surfar, eu e o Lopes fomos até à esplanada apreciar o ambiente. Como o que é bom acaba depressa, tivemos que voltar, mas não sem antes registar tudo isso em fotos. À noite, já fartos de fast-food, optámos por comer comida a sério de faca e garfo. Por sorte, fomos a um restaurante que tinha uma portuguesa a servir e pedimos-lhe que traduzisse aquelas ementas espanholas imperceptíveis. Foi o jantar de despedida deste inter-rail. Restavam então 12 horas de viagem até Coimbra, para mim; 13 horas até ao Entroncamento para o Pedro e 14 horas até Lisboa para o Angelo, Lopes e Marques.
16º dia (18AGO06) - Chegámos a casa, cansados mas ao mesmo tempo satisfeitos com a experiência única que tínhamos acabado de viver. E foi da melhor maneira que terminou esta aventura, protagonizada por estes cinco sónicos, poucos, mas bons para representá-los a todos. Sempre "Quebrando os limites do céu".
Abraço a todos!
Garcez